MEDITAÇÃO:
. O
VÉU DE VERÔNICA,
segundo
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues.
Um
livro apócrifo do século VI, com o título de “Atos de Pilatos”, fala de uma
santa mulher, chamada Verônica, que enxugou a face ferida de Cristo, ficando o
rosto de Cristo impresso no pano. Há indícios de que já no ano 300 o Véu era
conhecido. No ano 1300, o Véu, conhecido como de Verônica, foi exibido
publicamente e se tornou objeto de veneração para peregrinos. De acordo com
várias descrições tratava-se de um tecido fino com uma imagem estampada em
ambos os lados de uma pessoa ainda viva com os olhos bem abertos, com a face
machucada, manchada de sangue.
Dante Alighieri (+1321) menciona
o Véu na Divina Comédia. O Véu de Verônica era considerado nos tempos medievais
como a imagem verdadeira de Jesus, mais venerada ainda que o Sudário de Turim.
Nesta época surge o piedoso exercício da Via-Sacra, fruto das Cruzadas. Os
fiéis que percorriam os lugares sagrados da Paixão de Cristo na Terra Santa,
quiseram reproduzir no Ocidente a peregrinação feita ao longo da Via Dolorosa
de Jerusalém. Donde a Sexta Estação da Via-Sacra: “Verônica enxuga o rosto de
Jesus”.
O episódio não é narrado por
nenhum dos Evangelistas e entre as mulheres que seguiam Jesus não consta
nenhuma com o nome de Verônica. É provável que o nome Verônica derive de duas
palavras latinas: vera icona (verdadeira imagem). A tradição cristã passou a
ver na imagem impressa no Véu, o rosto doloroso de Cristo, enquanto caminhava
para o Calvário. Um rosto “não feito por mãos humanas” (do grego:
Archeiropoietos), mas impresso pelo próprio Cristo. O Véu de Verônica que era
exposto para veneração dos fieis, entre os séculos XII e XVII, desapareceu do
Vaticano, por ocasião da demolição da referida Basílica medieval para dar lugar
à atual, renascentista, durante o pontificado do Papa Paulo V (1605-1621).
Tudo indica que o Véu foi
roubado e vendido ilegalmente, tendo sido adquirido por um cidadão de
Manoppelo, onde se encontra na Igreja de São Miguel Arcanjo, edificada em 1630
e reconstruída em 1690. O rosto impresso no Véu tem muitas semelhanças com o
rosto do Santo Sudário. Os olhos abertos e serenos da imagem fundamentam a
crença de que uma mulher, Verônica, no caminho do Calvário, movida de compaixão
se aproximou de Cristo para enxugar-lhe o rosto chagado.
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