No último
dia 26 de junho celebramos a festa de São Josemaría Escrivá. Sua experiência
eclesial mostrou-se sinal de um esforço concreto pela santificação na vida
cotidiana através do trabalho de cada dia realizado com heroísmo cristão. Nas
pregações deste santo uma expressão sempre usada recordava as tempestades
comuns na sua região de criação, comumente chamada de “borrasca”. Nas suas
homilias ele recordava aquela tempestade no meio do Mar da Galiléia, na qual
Cristo dormia no fundo barco e foi acordado pelos discípulos assustados e
ansiosos. O padre ensinava: acorda Cristo dentro do teu coração para que ele te
anime a fé e silencie a tempestade.
Vivemos nestes dias a solenidade de
São Pedro e São Paulo em tempos de grande sofrimento e luta na Igreja. Atacada
por todos os lados, de fora para dentro e de dentro para fora, ela singra as
ondas em meio a uma grande borrasca – uma imensa tempestade, neste poente dos
tempos. Este dia do Papa mostra-se oportuno para uma intensa prece em vista do
fortalecimento e encorajamento de nosso Papa e de nossos Bispos para se
mantenham fiéis à Palavra de Cristo, como arautos seus e não da fatalidade dos
tempos.
Precisamos acordar a Cristo no coração da humanidade...
Para silenciar as ondas e os ventos do “mundo”, que de fora para dentro tentam
envolver-nos na dúvida de fé e na incerteza a respeito de nossas crenças e na
capacidade da verdade de reger os povos e as nações para o bem. Somos tentados
ao ateísmo e ao gnosticismo. Parece que Deus não atende mais aos anseios da
humanidade, que busca a técnica e os esforços científicos, mais que a fé, no
imediatismo de suas necessidades.
Precisamos despertar a Cristo em nossos corações...
Para silenciar a borrasca interna que atenta contra os alicerces do
cristianismo e as bases doutrinas recebidas por Revelação do próprio Cristo
Jesus. Parece que estão tentando construir uma religião humana baseada nas
limitações dos tempos e não na vontade de Deus. Não é o homem aquele que define Deus a sua imagem, mas é Deus quem o define
segundo Seu coração.
Não podemos mudar o mundo sozinhos,
mas podemos despertar a Cristo, por uma vida de intimidade com Deus, na oração
filial, que expressa confiança e reconhecimento. O mundo se transforma na
medida de nossa abertura à novidade do Evangelho de Jesus que vem ao nosso
cotidiano como sinal de transformação espiritual e de conversão.
Aos pescadores no barco de Cristo e
da Igreja em meio às tempestades dos tempos resta a fé naquele que tem poder de
silenciar a ousadia dos mares revoltos e das forças dos ventos sempre mais
impetuosos. Finalmente, não apenas nossos esforços, mas é pelo poder e pela
autoridade do Filho de Deus encarnado que avançamos no combate da fé.
Que o Espírito Santo dê aos cristãos
à ousadia necessária para continuarem levando Jesus e seu Evangelho a todos os
povos, para que incorporando seus valores por uma vida santa, sejam suas
testemunhas entre todos em todos os tempos da vida do mundo.
Pe. Rodolfo Gasparini Morbiolo
Facebook: Rodolfo Morbiolo
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