«O sacerdócio é o amor do Coração de Jesus»
(São
João Maria Vianey)
Belíssimas palavras de São João Maria Vianney:
«Oh
como é grande o padre! (…) Se lhe fosse dado compreender-se a si mesmo,
morreria. (…) Deus obedece-lhe: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso
Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia».
«Sem
o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem O colocou ali naquele
sacrário? O sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do
ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar
a sua peregrinação? O sacerdote. Quem a há-de preparar para comparecer diante
de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote,
sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a
ressuscitará, quem lhe restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (…)
Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (…) Ele próprio não se entenderá bem a si
mesmo, senão no céu».
«Se
compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto,
mas de amor. (…) É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (…)
Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, se não houvesse ninguém para
nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre
a porta; é o ecônomo do bom Deus; o administrador dos seus bens (…) Deixai uma
paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (…) O padre
não é padre para si mesmo, é-o para vós».
+
Mãos Sacerdotais
Mãos
do sacerdote, mãos predestinadas,
Mãos
de Jesus Cristo, mãos divinizadas,
Feitas
lá no céu de essências imortais.
Mãos
do sacerdote, feitas sob modelo
Que
Jesus traçara cheio de desvelo,
Desde
todo sempre, mãos sacerdotais.
Mãos
do sacerdote para a cruz voltadas,
Mãos
de lírios roxos sobre a cruz pregadas,
Sempre,
sempre abertas, sem fechá-las mais,
Mãos
de sofrimentos, mãos de mil suplícios,
Têm
as veias rubras feitas de cilícios,
Mãos
de mil calvários, mãos sacerdotais.
Mãos
do sacerdote, mãos de toda hora,
Quando
a noite é negra, quando brilha a aurora,
Quando
reina a calma, quando há temporais,
Mãos
de sacerdote, mãos de toda gente,
Mãos
do fervoroso, mãos do indiferente,
Mãos
dos sofredores, mãos sacerdotais.
Mãos
do sacerdote, mãos feitas de lodos,
Frágeis,
passageiras, como as mãos de todos,
Filhas
do pecado como as dos demais,
Mãos
feitas de lodo, frágeis, pecadoras…
Mãos
purificadas, santas, redentoras…
Beatificantes,
mãos sacerdotais.
Quantas
mãos existem. Que diversidade!
Mãos
para a virtude, mãos para a maldade,
Mãos
cheias de lodo, mãos cheias de luz.
Mãos
que ferem, mãos que fecham as feridas,
Mãos
que dão a morte, mãos que dão a vida,
Mãos
que dão o diabo, mãos que dão Jesus.
Quantas
mãos existem. Que diversidade!
Mas
somente vós não sois como as demais.
Pois
somente vós levais à eternidade;
E
há recantos n’alma em que só vós tocais.
E
há espinhos fundos que ninguém alcança,
E
há doridos prantos que ninguém estanca
A
não serdes vós, ó mãos sacerdotais!
Mãos
do sacerdote, luz, calor, guarida,
Para
cada morte trazem uma vida,
Para
cada vida acendem mil fanais.
Mãos
do sacerdote, báculo que arrima,
Bálsamo
que alenta, asa que sublima,
Cofre
dos consolos, mãos sacerdotais
Alguns
testemunhos que nos tocam profundamente:
A venerável Catarina
Vannini via, em êxtase, os Anjos que, durante a
Missa, circundavam as mãos do Sacerdote e as
sustentavam no momento da elevação da Hóstia e do Cálice.
Poderemos imaginar com que respeito e afeto a Venerável beijava
aquelas mãos?
Santa Edwirges, rainha,
cada manhã assistia a todas as Santas Missas que eram celebradas na capela da
Corte, mostrando-se muito agradecida e reverente para com os Sacerdotes que
tinham celebrado: convidava-os entrar, beijava suas mãos com suma devoção,
fazia que se alimentassem, tratando-os com as mais distintas honras. Ouvia-se
como a rainha exclamava comovida: "Bendito seja quem fez Jesus descer
do Céu e O deu a mim."
S. Pascoal Baylon era o
porteiro do convento. Todas as vezes que chegava um Sacerdote, o Santo
Fradinho se ajoelhava e lhe beijava respeitosamente as duas mãos. Dele
foi dito, como de S. Francisco, que "era devoto das
mãos consagradas dos Sacerdotes." Ele as julgava capazes de deter
longe os males e cumular de bens a quem nelas tocasse com veneração, porque são
as mãos das quais Jesus se serve.
E, como
era edificante ver o Pe. Pio de Pietrelcina procurando
beijar com amor as mãos de qualquer Sacerdote, às vezes até agarrando-as de
surpresa! E, que dizer de outro Servo de Deus, Dom Dolindo Ruotolo,
que não admitia que um Sacerdote pudesse negar-lhe “a caridade” de
deixá-lo beijar-lhe as mãos?
Enfim,
sabemos que este ato de veneração muitas vezes foi premiado por Deus com
verdadeiros milagres. Na vida de Santo Ambrósio se lê que um
dia, logo após a celebração da Santa Missa, o Santo viu aproximar-se dele uma
mulher paralítica, que queria beijar suas mãos. A pobre mulher tinha
grande fé naquelas mãos que tinham acabado de consagrar a
Eucaristia: e ficou curada no mesmo instante. A mesma coisa aconteceu
em Beneveto: uma mulher paralítica, havia quinze anos, pediu ao Papa Leão
IX licença para beber a água por ele usada durante a Santa Missa,
quando lavou os dedos. O Santo Papa atendeu aos desejos da enferma em seu
pedido humilde, como o pedido da Cananéia, rogando a Jesus que lhe desse “as
migalhas que caem da mesa do dono da casa” (Mt 15,27), e
ficou imediatamente curada.
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